quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Morning Of Sunday - Capítulo 7 de 'Capuccino'

" Justin's POV:

Tudo o que eu pensava ali era: O que eu iria fazer sem a Nina na minha vida? Ela havia se tornado parte de tudo o que eu fazia, havia me ajudado, me compreendido quando ninguém mais podia. Eu sabia que o perigo de confundir gratidão com amor era grande. Mas meu inconsciente sabia, embora por muito tempo eu negasse a mim mesmo, que o sentimento me eu nutria por ela jamais seria expresso por um simples "Obrigado". E naquele momento, mesmo com os gritos e a correria a minha volta, eu só via ela.


- Justin Drew Bieber, se você não for meu, não será de mais ninguém! - gritou Jasmine, tirando-me do transe que eu estava, enquanto era arrastada pela segurança para fora do prédio. Eu queria matá-la. Mas somente depois de saber se Nina ficaria bem, viva para contar a história.


- Nina? Nina, fala comigo! – eu entrei em desespero ali. Tirei forças de algum lugar e a apoiei no meu joelho esquerdo, segurando firme o local que havia sido atingido para que não saísse tanto sangue.


- Justin... – ela sussurrou, estava perdendo cor rápido demais e olheiras se formavam abaixo de seus olhos. Eu não sabia exatamente como tinha chegado à conclusão de que era preciso uma ambulância.


- Nina, vai ficar tudo bem, eu sei que vai! – eu falava, tentando acalmá-la, quando na verdade a intenção era acalmar a mim mesmo. Fiquei repetindo as mesmas frases até que minha mãe chegasse e se ajoelhasse a minha frente.


- Justin, precisamos levá-la até o hall do hotel. – disse ela. – A ambulância estará esperando na entrada.


- Mas como... Como vamos fazer isso? – assim que eu tirasse mão do local da bala, o sangue iria escorrer mais rápido, não tinha como alguém carregá-la e ao mesmo tempo pressionar o ferimento.


Minha mãe pegou a ponta do vestido de malha comprido e o rasgou, pegando a tira grossa e amarrando na cintura de Nina. Logo depois Kenny viera e a carregara até o elevador. Eu o acompanhava, apoiado pela dona Pattie. Não podia acreditar no que estava acontecendo, Jasmine era maluca a ponto de atirar em Nina? Ela queria tanto assim a minha fama, meu dinheiro a ponto de matar? Matar não. Tentar. Nina Knight não iria morrer naquela noite, não na noite do meu aniversário.


Não me importava com o que acontecesse a partir daquele momento. Eu ira ter Nina no meu lado. E daí que ela era maior de idade e eu não? A justiça iria complicar nossa vida, mas contanto que meus pais deixassem, isso não era problema. Tínhamos um futuro pela frente, e Jasmine Villegas não iria nos impedir... Ao menos era isso o que a minha mente paralisada pelo pânico tentava encaixar minutos antes de tudo isso acontecer.


Vir no elevador parecia demorar uma eternidade, a garota do vestido vermelho já estava inconsciente no colo do meu guarda costas. E minha mãe, mesmo com o vestido agora na altura dos joelhos, me segurava pelos ombros. Assim que a porta do elevador abriu, eu pude ver a ambulância exatamente na porta do hotel, os flashes e os gritos de fãs pela janela de vidro de toda a frente do hall para a rua... Era um pesadelo. Mas acima de tudo, eu me amaldiçoava por ser famoso e não ter privacidade, mesmo quando alguém está para morrer.


De todas as coisas mais apavorantes que eu já vi em minha vida, e que não foram poucas. Ver minha mãe entrar com a garota que eu amava na ambulância junto de mais dois médicos, essa fora a pior. Eu deveria ficar esperando com Kenny, Scooter acalmar meus convidados e descer para o hall, para irmos ao hospital. Os segundos pareciam horas, e os minutos... Anos. Eu já estava elétrico, não conseguia ficar parado no mesmo lugar... Ir até o hospital, de carro, em uma cidade tão grande e movimentada como Roma era um tanto cruel.


Mas tudo piorou quando cheguei.

- Mãe! – exclamei quando a vi quase em lágrimas em um banco de espera no lugar mais reservado do hospital, eu havia entrado correndo, ignorando olhares até o que pode se chamar de “área VIP”.

- Filho! É bom ter alguém aqui comigo! – ela respondeu, me dando um abraço apertado.

- Como ela está?

- Não sei responder. – ela desfez o abraço e olhou para o chão. – A enfermeira me disse que ela deveria entrar para a cirurgia a uns 20 minutos. E que a bala não tinha atingido nenhum órgão vital.

- Então tudo o que temos que fazer é esperar? – perguntei na esperança de que tudo estivesse bem.


- Parece que sim. – Minha mãe era genial em situações desesperadoras, ela sorrira, me fazendo sentir melhor.


Quando me sentei na poltrona aconchegante da sala de espera, pude respirar um pouco mais aliviado. Se a bala não tinha atingido nenhum órgão vital, as chances de se recuperar eram as melhores possíveis, agora a preocupação era se Nina havia perdido muito sangue, e se a bala alojada seria retirada sem deixar pedaços menores...

Eu me sentia tão cansado que fechei os olhos o que pareceu um segundo e acordei dando um pulo.

Eu estava em uma cama.


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Nina’s POV

Eram sete e quarenta da manhã de um domingo e eu estava abraçada com o meu marido, quando o senti praticamente pular da cama. Abri os olhos lentamente e vi que ele tinha começado a se mexer, colocando a mão no rosto e pressionando-a sobre os olhos. Levantei meu corpo, me apoiando no braço direito, e colocando a mão esquerda sobre seu abdome definido de anos de academia.

- Está tudo bem, Justin? – perguntei ainda com sono.

- Sim, foi um sonho... Alias... Um pesadelo. – ele falou se sentando na cama e encostando-se na grade.

- O mesmo da semana passada? – perguntei. Justin sempre tinha sonhos estranhos, mas as vezes eles eram lembranças...

Ele se calara de repente. Era algo que costumávamos não discutir desde o ocorrido...

- J, fazem oito anos. – respondi. – Além do mais, Jasmine está presa por um bom tempo...

- Eu sei. – ele respondeu e depois ambos ficamos sem silencio, Justin olhando para o chão e eu o admirando.

- Eu já sei como te animar. – eu falei, e quando ele me olhou me aproximei e lhe depositei um selinho nos lábios. – Cappuccino?

Justin deu um sorriso sapeca para mim. Isso sempre funcionava...

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